domingo, setembro 02, 2007

Seminário vai discutir assédios na categoria






Um dos problemas mais sérios que afeta a categoria dos jornalistas profissionais será tema do primeiro evento de uma série promovida pelo Movimento Novos Rumos: as diversas modalidades de assédio enfrentadas diariamente por esses profissionais nos seus locais de trabalho ou no exercício da profissão.
Para discutir com profundidade o assunto, acontece no próximo dia 10 de setembro, a partir das 20 horas, no auditório da Associação Paraibana de Imprensa (API), o seminário “Assédios da mídia”. Os organizadores do evento convidaram três especialistas no assunto que vão abordar os diversos aspectos da questão.
A feminista Estelizabel Bezerra vai abordar o tema “Relações de gênero & jornalismo”; o professor do curso de Jornalismo da UFPB, Wellignton Pereira, fará palestra sobre “Assédio moral: as fontes da humilhação” e o jurista Alexandre Guedes, da comissão estadual de Direitos Humanos, falará sobre “Os assédios no prisma dos direitos humanos”.
“O evento pretende, fundamentalmente, abrir uma discussão na categoria sobre as pressões emocionais e psicológicas que o trabalhador do jornalismo na Paraíba enfrenta no exercício profissional, seja nas relações trabalhistas nas redações ou no cotidiano da profissão quando esse profissional se depara com autoridades despreparadas”, diz Dalmo Oliveira, um dos organizadores do evento.
“Sabemos de relatos de humilhação, de assédio moral e sexual, de pressão psicológica e outras formas de desmoralização do jornalista, praticados dentro e fora das redações. Queremos enfrentar o problema de frente, com base científica e sociológica, entendo que essa é uma questão que assola todos os trabalhadores”, acrescenta Oliveira.
Ele diz que o exercício profissional do jornalismo é uma atividade, por si só, estressante e repleta de exigências morais e de comportamento. “Os jornalistas trabalham com prazos curtos, com cobranças rígidas de tempo e de precisão. A profissão faz o trabalhador lidar cotidianamente com autoridades, representantes públicos, e outros públicos, o que coloca o jornalista em rota de colisão com interesses sociais e econômicos diversos”, comenta.
“Fora toda essa pressão característica da profissão, o jornalistas ainda enfrenta dentro das redações os assédios dos colegas, dos chefes, dos superiores, dos empresários. Há casos em que as pessoas simplesmente desistiram da profissão e mudaram de atividade. É uma profissão que exige características subjetivas como ‘boa aparência’ e alta performance em aspectos como dicção, articulação das idéias, pro-atividade e protagonismo”, diz Dalmo.