Fogão improvisado em casa cigana num dos ranchos de Sousa |
Miséria e fome foram apontados pelos participantes da conferência de segurança alimentar regional em visita a comunidade cigana do local. Uma terra seca, que contrasta com as, aproximadamente, 800 vidas que moram no local. Falta água. Falta autoestima dos remanescentes que ficaram nas comunidades, chamadas de ranchos. São três ao todo, organizados por famílias. Todas marcadas pelo mesmo estigma do preconceito e da discriminação. É sabido que a população de Sousa, aqueles que não moram nos ranchos Raimundo Benevides Gadelha (conhecida também como Pedro Maia), Vicente Vidal de Negreiros e Valério Correia, manifestam um tratamento ainda de desconfiança para com o povo cigano.
Em 1982 os “ciganos de Sousa” receberam um terreno do candidato à deputado, na época, Gilberto Sarmento, e na seqüência o então governador Antônio Mariz fez projeto para a construção de casas em alvenaria. José Maranhão, em seu governo, após a morte de Mariz, construiu umas 100 casas, faltando outras para a conclusão do projeto. Foi então o começo de um novo tempo, onde os ciganos deixariam a filosofia nômade para se fixarem em um lugar - já fazem trinta anos, mas pouco se conquistou depois disso.
Segundo dados da pesquisa da professora doutora Janine Marta, apresentados pelo gerente de Políticas de Ações Afirmativas da SEMDH, Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana do Estado da Paraíba, José Roberto da Silva, na Conferência de Segurança Alimentar Regional, em Sousa, estima-se que existam quatro mil ciganos na Paraíba. A maior parte no município de Sousa com cerca de 750. Destes apenas 32 ciganos sabem ler e escrever e quatro estão na universidade.
A pesquisa mostra o quanto os ciganos na Paraíba precisam de atenção do governo federal, estadual e municipal. Pois além do terreno doado por Gilberto Sarmento, a maior população de ciganos no estado pouco receberam. Projetos foram iniciados e abandonados com as mudanças de gestão.
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