quinta-feira, dezembro 15, 2011

Desaconselhados

Luciano Cartaxo é provável candidato (Foto: onorte.com.br)



Os caciques do diretório petista de João Pessoa voltaram de São Paulo acabrunhados depois que a direção nacional da legenda desaconselhou a permanência do PT pessoense no, assim chamado, “conselho político” do governo municipal. Vai ser preciso esperar até março para ver qual a decisão da legenda em relação à política de alianças partidárias com vistas às eleições municipais de 2012. Enquanto isso, a cadeira do PT-JP no conselho do prefeito Agra fica em stand by. O balde de água fria, por outro lado, serviu de combustível aos setores do Partido dos Trabalhadores na Paraíba que defendem uma candidatura própria e autônoma na eleição vindoura.

Essa disputa intestina no PT paraibano, tem, na verdade, como pano de fundo, as eleições presidenciais de 2014. De qualquer forma, tem sido desgastante, do ponto de vista ideológico, ver aqueles que, dentro do próprio PT, defendem a composição com o PSB, usarem um discurso desqualificante para sua própria legenda. O discurso da inviabilidade da candidatura própria vai de encontro à própria lógica da estratégia parlamentarista, principalmente num partido que, Brasil afora, tem consagrado lideranças de seu quadro nos poderes executivos em prefeituras, governos estaduais e está, há quase dez anos, governando o país.

Sem fronteira



A anunciada instalação de uma fábrica da montadora italiana FIAT no município pernambucano de Goiana reacendeu a velha chaga bairrista entre os paraibanos e seus vizinhos ao sul. Muita gente aqui na Paraíba não admite, mas o fato é que Pernambuco tem uma inalcançável tradição oligopolista empresarial, e nós, uma larga tradição ruralista. Boato ou não, mas bastou a imprensa paraibana comentar que havia uma determinação do governo pernambucano de que a seleção dos futuros operários priorizasse os seus “súditos” para que a reação tabajara gritasse alto. Num mundo globalizado como o que vivemos, soa realmente incongruente qualquer atitude monopolista deste tipo, especialmente no disputado campo do mundo do trabalho.

Além do apelo geográfico, o fator competência é o que deve preponderar nas contratações para um projeto tão complexo e gerador de emprego e renda como esse da FIAT pernambucana. Da mesma forma como esperamos ter sido esse o critério usado pelo novo governo paraibano para atrair centenas de profissionais pernambucanos que hoje já operam diversos setores da máquina pública paraibana, notadamente na área da saúde.