quinta-feira, julho 14, 2011

De volta ao Cerrado

Na mesa que discutiu mídia e ciência na 63ª SBPC
Cinco e trinta da manhã de hoje: desembarco em Brasília e dou de cara com um aeroporto quase vazio. O frio da madrugada começa a incomodar. De repente, um sonolento taxista me oferece a corrida...
- Preciso ir pra rodoviária, quanto custa? Quis saber
- É trinta reais, responde o motorista.
 O agasalho que eu trouxe está com o ziper quebrado e antes que o frio aumente aceito a oferta do taxi. Pelas vias expressas da capital federal aqueles relógios-termômetros avisam que a temperatura ambiente está na casa dos 10 graus. O taxista acha que os aparelhos estão errados e que deve estar fazendo uns 12 ou 14. Uma lua cheia surreal clareia o horizonte plano da cidade mais importante do Cerrado.
 Na rodoviária consigo comprar uma passagem de ônibus para Goiânia com partida às 6 horas. O frio aumenta. Corro pro ônibus em busca de abrigo. As primeiras luzes matinas teimam em não sair do horizonte. Esqueci de comprar água...

A paisagem seca do Cerrado desfila ligeira pela janela. Eu quase consigo tirar uns cochilos. O frio foi passando... Perto das 9h30 desembarcamos em Goiânia. Procuro ávido uma lanchonete e compro uma garrafinha de mineral. O cara do balcão me oferece comida...
- Não, valeu, respondo ao boy.
 - Onde é que tem uma farmácia?
 - Logo aí à direita, indica o jovem balconista.
 Na farmácia compro uma caixa de ácido fólico, um trident e mando colocar crédito no celular.
 Ligo prum colega das antigas que mora na cidade.
- Estou numa reunião e não posso ir te pegar. O taxi para a universidade vai dar uns trinta reais, avisa Lulinha.
- Ok, te ligo mais tarde pra combinarmos qualquer coisa, respondo ao paragoiano.
Ele me aconselhou a comer alguma coisa antes de ir para o local do evento. Numa lanchonete daquelas que se come em pé, devoro uma torta de frango com suco de uva. Com a barriga forrada e mais animado decido batalhar um buzú para ir ao campus da UFG, onde à tarde participarei duma mesa-redonda para discutir jornalismo científico.

-Descobri que ali perto passa ônibus para a universidade. Depois de quase meia hora esperando, descubro que os ônibus daqui não têm mais cobrador e que preciso comprar o tiquete antes de embarcar. No trajeto identifico outras pessoas que estão indo pro mesmo canto.

O campus II da UFG é imenso. Logo percebo que terei que fazer aquela velha caminhada forçada. Meu quadril direito está travado, mesmo assim caminho alguns quarteirõs até chegar ao local do credenciamento. Consegui achar o coração do evento. Transformei a sala de imprensa no meu bunker. Daqui só saio pra rangar e pra proferir a tal palestra. Definitivamente, não tenho mais idade pr'essas coisas!

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