segunda-feira, julho 27, 2015

ONG planeja ações comunitárias para segundo semestre

Parte da diretoria: Veloso (chapéu amarelo), Mozart, Oliveira e Palhano | Foto: transeunte não identificado
A diretoria da Sociedade Cultural Posse Nova República está sob nova batuta: assumiu a presidência da ONG o teatrólogo e radialista comunitário Marcos Antônio Veloso. A primeira reunião da nova diretoria ocorreu neste domingo, 26, na sede provisória da entidade, no Bairro Ernesto Geisel. “Estamos motivados para implantação de uma radioweb, resgatando o antigo projeto de rádio comunitária e com uma programação composta 100 por cento de música paraibana”, diz o novo presidente.




Uma outra deliberação aprovada durante a reunião foi o projeto “Cine Cuiá”, que pretende implantar experiência de cineclube nas comunidades adjacentes. “A ideia surgiu por acaso numa conversa que a gente fazia sobre o cinema paraibano, pernambucano, o cinema mais experimental. Depois das projeções vamos convidar alguns realizadores para debater com a plateia. Explorar algumas temáticas e provocar a discussão da comunidade”, informa Veloso.

Os diretores da ONG decidiram ainda encampar duas atividades sociais direcionadas ao Geisel: “A primeira será a organização de uma manifestação pública para reivindicar homenagem ao Maestro Vilô, dando nome ao overdrive que o Governo da Paraíba está construindo na BR 230 defronte para a entrada principal do bairro. Não concordamos com a homenagem que está sendo proposta ao ex-governador pernambucano. Temos paraibanos ilustres que merecem esse tipo de homenagem, além disso o Maestro Vilô foi morador-fundador do Geisel, onde finalizou seus dias”, defende Marcos.

A outra atividade programada é a retomada da discussão com a comunidade para a mudança definitiva do nome do bairro, com base numa recente lei estadual que determina a retirada de homenagens aos ex-ditadores que presidiram a República no período da ditadura civil-militar que assolou o país a partir de 1964. “O general Ernesto Geisel foi um dos ditadores mais autoritários e perversos no enredo antidemocrático que jogou nosso país num período de obscurantismo, onde centenas de cidadãos foram assassinados covardemente. Nossa comunidade sempre esteve incomodada com essa homenagem que o general fez a si próprio. As pessoas que moram aqui não merecem conviver com esse tipo de sombra do mal e a lembrança eterna de uma figura que contribuiu fortemente para o atraso civilizatório e democrático do Brasil”, comenta o jornalista Dalmo Oliveira, diretor de comunicação da ONG.

Segundo ele, a ideia é iniciar um processo de conscientização dentro da comunidade, com a distribuição de panfletos e realização de plenárias populares para discutir o tema. “Vamos preparar o bairro para escolher outro nome num plebiscito, envolvendo a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de João Pessoa”. O ativista é simpático à ideia de expandir o nome “Cuiá” para o que hoje é conhecido como “Geisel”. “É um nome que tem uma identidade local, nome do rio que corta o Vale do Cuiá. Corta todo o bairro do Geisel. Tem um apelo ecológico e resgata uma palavra da língua tupi-guarani, o que é muito bacana”, defende.

Os dirigentes da associação cultural decidiram ainda reeditar o jornal comunitário “Olhos Abertos”, que circulou por um bom período na zona sul da capital. Durante a reunião, o presidente formalizou também convite ao advogado João de Deus Rafael Júnior para ingressar no quadro de sócios da entidade. Convite aceito de imediato pelo jurista que também participara da reunião.

Nenhum comentário: