O show de Tulipa Ruiz no projeto "Som das Seis", ontem, no teatro de arena do Espaço Cultural, caiu como uma grata surpresa na cena local. Até às 19h30 o público minguado daria a impressão que a divulgação não foi bem feita e que haveria uma frustração de platéia para aquela que é hoje um dos principais nomes da nova música alternativa brasileira. Mas não foi o que ocorreu! Quando a moça subiu ao palco quase todas as cadeiras já estavam preenchidas com uma plateia majoritariamente juvenil de neo-universitários ávidos em ver de perto a cantora paulista que em pouco mais de dois anos se transformou numa espécie de tradutora do contemporâneo modo de vida da juventude urbana tupiniquim.
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Ruiz: lirismo no rock (Foto: Fabiana Veloso) |
Com uma performance pouco convencional, Ruiz se dependura ao microfone como quem canta ao ouvido de um amigo antigo e íntimo. Em vários momentos ela canta de costas para a platéia. Num dado momento, Tulipa resolveu se deitar, usando uma caixa de retorno como travesseiro. Num palco afundado numa arena, sobre um tablado a poucos centímetros do piso, a cantora aproveitou para se misturar à orda de adolescentes que a venerava à beira do palco. Em algumas canções ela passou o microfone para os fans.
É difícil defnir um estilo para a música que Tulipa Ruiz faz, mas, com certeza, ela pode ser chamada de rocker pela postura estravagante e a anti-imagem de "musa" pop.
O show de Tulipa foi prejudicado diversas vezes. Primeiro pelo atraso no início, consequência, segundo os organizadores, de um defeito no gerador de força alugado pelos promotores. Durante o show o microfone da cantora apresentou falha. Nos bastidores, o secretário de cultura de João Pessoa, Milton Dornellas, cometeu a indelicadeza de dizer pessoalmente à visitante que não conhecia suas músicas e que teve de recorrer à internet para saber algo mais sobre Tulipa Ruiz.
Bem, de qualquer foma, acho que ela voltou pra Sampa bem impressionada com a cidade, principalmente pela receptividade apaixonada dos fans paraibanos. Outra coisa boa foi a escolha da banda que abriu para Tulipa: Baião de Três, o power trio comandado por Hercílio Antunes, mostrou porque a Paraíba continua mantendo sua tradição como celeiro de talentos musicais.
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