Cartaxo e Lula: "poste" e farol (Foto: Unidos por João Pessoa) |
Da última vez que vi Lula falando em público ele ainda
estava em pleno exercício da Presidência, no primeiro mandato, em 2004, numa cidade-satélite
de Campina Grande, tipo Lagoa Seca ou Boqueirão. Fazia um calor de rachar e eu
acompanhava uma comitiva da Embrapa que queria ver o presidente de perto.
Ontem à noite, em Mangabeira, voltei a ter aquela sensação
de estar presenciando um momento histórico importante para o povo paraibano.
Dessa vez Lula falou pouco, só o essencial, devido as limitações impostas pelo
problema de garganta surgido recentemente.
“Luciano, não bote ninguém no seu governo que depois você
não possa tirar”, aconselhou Lula ao futuro prefeito de João Pessoa. “Nunca
minta para esse povo. Não engane o povo”, reforçou o ex-presidente da
República.
Ele disse que uma boa gestão só se faz com bons projetos e
que está disposto a orientar e encaminhar as propostas que Cartaxo apresentar
para o governo federal e para outras fontes de financiamento. Lula reconheceu
publicamente que os eleitores paraibanos sempre deram a ele votações
expressivas desde sua primeira candidatura em 1989.
Algumas vezes o discurso do líder foi interrompido pela multidão
que entoava o famoso “Olê, olê, olá, Lula, Lula”. Na minha frente, um homem com
uns 50 anos, ligeiramente embriagado, erguia os braços na direção do palco como
se quisesse dar um forte abraço em Lula. Depois virou as costas e saiu chorando
de emoção por estar presenciando aquilo.
Os líderes não têm noção do quanto o povo os ama. Se
soubessem, pessoas como a presidenta Dilma daria um jeito de aparecer em
público ao menos uma vez por ano, mesmo em “colégios eleitorais” menos
significantes como na Paraíba. Lula disse algo importante ontem: “Qualquer
prefeito pode fazer ponte, pode fazer praça, pode fazer túneis. Difícil é
cuidar do povo pobre de sua cidade”.
“Não é todo ano que a gente tem a chance de eleger um homem
de caráter como Luciano”, asseverou Lula. “O Nordeste deve receber uma fatia
maior do bolo da riqueza nacional. O Brasil deve ao Nordeste”, defendeu Lula.
Ele ainda rebateu os adversários da campanha atual, que têm chamado os
candidatos do PT de “postes”. “Eu só sei que de poste em poste nós estamos iluminando o Brasil, e eles são os responsáveis pelo maior apagão da história
desse país”, fustigou Lula.
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