A corrida eleitoral nesse segundo turno
se transformou num excelente cenário para se analisar o grau de fisiologismo que
acomete oito em cada dez políticos “profissionais” na terrinha do poeta Mané Caixa
D’água. A incoerência campeia nas justificativas dos posicionamentos
apresentados à mídia.
O discurso da neutralidade não convence
nem o mais desatendo dos interessados no jogo político. Como diria o combativo Chapéu
de Couro: “Neutro somente sabão líquido de lavar louça da Bombril”. Portanto, caro (e) leitor, desconfie daqueles
que disputaram o primeiro turno e que agora se dizem “neutros” e não revelam suas
simpatias nem por Luciano Cartaxo (PT), nem por Cícero Lucena (PSDB).
Como sabemos, a neutralidade é um mito,
seja na política, seja no jornalismo, seja no judiciário ou mesmo na composição
química de produtos de limpeza para uso doméstico. Quem se diz “neutro” na
verdade está querendo dizer “apoio fulano, mas não posso revelar”.
Mas existe outro grupo de “revoltados”
com os resultados do primeiro turno das eleições em João Pessoa e que agora
pregam o voto nulo. Esses se somam aos anarquistas históricos, que sempre
negaram as eleições como processo de organização social e de representação
popular. Esses neo-anulistas passaram a defender o voto nulo porque morrem de
inveja daqueles a quem o povo deu uma segunda chance no tira-teima do segundo
turno.
Porque ninguém, em sã consciência, vai
admitir que os partidários do PSB considerem que votar no PT ou no PSDB seja a
mesma coisa, que dá no mesmo e que não existam diferenças ideológicas e de
concepção de gestão da máquina pública entre essas duas agremiações.
O PSB não pode ficar neutro na campanha
municipal da capital, porque, no plano estadual, se aliou ao DEM e ao PSDB. Deveriam,
seus dirigentes, ter a hombridade de pedir voto para o senador tucano,
assumindo de vez a aliança de centro-direita que costuraram na Paraíba há mais
de dois anos.
O que impressiona mesmo, nessa fase da
campanha eleitoral, é a multidão de oportunistas que declararam nas últimas
horas adesão ao projeto petista, vislumbrando a vitória esmagadora que Cartaxo
deverá impor ao tucanato pessoense. Tudo em nome de busca de uma oportunidade
de beliscar o bolo administrativo da próxima gestão.
É preciso que os dirigentes petistas
tenham clareza em perceber quem foram os aliados da primeira hora. Aqueles que
brigaram ainda dentro do partido para que Luciano Cartaxo fosse o candidato próprio,
inato e legítimo numa candidatura genuína que evoluiu pela força de vontade
daqueles que fazem do PT um partido diferenciado, democrático ao extremo,
organizado pela base, avesso a “donos” e a “caciques”. Que venha o dia 28.
Nenhum comentário:
Postar um comentário