Luiz Henrique: de volta à PB para oficina sobre SUS e mídia | Fotos: Mirson Ribeiro |
Porque a mídia
convencional prioriza pautas no noticiário que depreciam o Sistema Único de
Saúde (SUS)? Quem financia as empresas de comunicação e a imprensa empresarial
nessa campanha de desqualificação? Essas duas questões nortearam a oficina “Mídia
& SUS” ministrada pelo jornalista Luiz Henrique da Silva, assessor do
Conselho Nacional de Saúde (CNS), ocorrida na manhã desta terça-feira, 09,
durante o 3º Congresso Norte-Nordeste de Secretarias de Saúde, que vai até sexta-feira,
12, no Centro de Convenções de João Pessoa (PB).
Na plateia,
secretários municipais de saúde como Katiane Pires Queiroga, de Belém de Caiçara (PB), que
fez um depoimento pessoal sobre como a realidade na saúde pública daquele município
paraibano mudou depois que ela conseguiu contratar três médicos cubanos,
vinculados ao programa federal Mais Médicos. “Eu mesma sempre me consulto com
uma das médicas e nem uso mais meu plano de saúde privado”, garante.
Oficina fez exercícios de leitura crítica da mídia |
Um dos
exercícios propostos pelo facilitador foi a leitura de jornais impressos do dia
para identificar matérias com o tema saúde. Luiz Henrique distribuiu com os participantes
edições do dia do Correio da Paraíba, Jornal da Paraíba, Folha de S. Paulo e
AgoraPE. “Analisem as matérias criticamente. Vejam se as matérias citam o SUS.
Analisem também a parte publicitária, se tem propaganda de planos de saúde etc.”,
orientou o especialista, que cursou parte da graduação em Jornalismo na UFPB.
Os secretários de saúde reportaram, durante a oficina, que os setores que mais atacam a gestão do SUS, especialmente,
nos pequenos e médios municípios, são grupos de mídia comandados por facções
políticas que fazem oposição à gestão atual.
Luiz Henrique
disse ainda que atualmente há investimento de corporações privadas de saúde na
grande mídia nacional no sentido de desqualificar o SUS. “A ideia é desinstitucionalizar
o SUS, abrindo caminho para privatizações”, diz. Para ele, a mídia tem
funcionado como uma espécie de “chave” que a população é induzida a usar para tentar abrir as
portas do SUS. “Acontece que essas portas estão sempre abertas e que, portanto,
essa chave é desnecessária. Tudo não passa de armação”, comenta.
A oficina
discutiu também o comportamento do Congresso Nacional que atualmente discute
pautas prejudiciais ao SUS, que retiram direitos do trabalhadores da saúde e que
facilitam a privatização da saúde pública brasileira.
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