Cresce agressão médica na hora de dar a luz |
Segundo a postagem
do aluno, ele havia presenciado uma médica obstetra realizar uma
episiotemia (incisão efetuada na região do períneo, área muscular
entre a vagina e o ânus, para ampliar o canal de parto) numa
paciente, cujo bebê já estava coroando. Em seu relato, o estudante
diz que assistiu a tal médica segurar uma tesoura e comentar com
suas colegas de profissão, gesticulando. “Olha aqui minha
humanização! Olha, minha humanização”, teria dito a médica
cujo nome não foi revelado.
MORTE MATERNA
Esse é o segundo episódio, em menos de 30 dias, envolvendo
denúncias sobre saúde pública para as mulheres grávidas. O CMS-JP
também está investigando o caso de Adjane Ferreira, 29, falecida
depois de um ataque cardíaco em casa depois de ser liberada, sem
passar por observação médica. O óbito foi registrado no último
dia 4 em João Pessoa e piorou a estatística da mortalidade materna
na capital paraibana. Agora temos dez mulheres que morreram devido a
complicações durante ou logo após o parto.
Depois que a denúncia sobre o caso do HULW veio à tona, várias
mulheres postaram desabafos relacionados aos maus tratos sofridos no
momento do parto. Uma pesquisa acadêmica revelou que a violência
obstétrica está levando mulheres em melhores condições sociais a
optar pelo parto doméstico assistido. O caso repercutiu imediatamente na imprensa local.
O drama exibe ainda uma ferida difícil de cicatrizar: a formação
dos médicos e o descompromisso dessa categoria com seu próprio
código ético. A desumanização da medicina e sua crescente
mercantilização. O CMS-JP vai provocar o Conselho Regional de
Medicina (CRM) para discutir a questão.
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