terça-feira, outubro 30, 2012

Inovar e renovar: desafios do PT em João Pessoa

Cartaxo e Agra: que tipo de inovação oferecerão juntos?

A consagração do petista Luciano Cartaxo nas urnas com a votação recorde ocorrida no último domingo, 28, impõe aos analistas políticos mais veteranos uma revisão urgente dos conceitos ultrapassados sobre engenharia político-partidária.



A primeira grande revisão a ser feita diz respeito ao paradigma que prega que é impossível renovar as estruturas logo depois duma fase de grandes renovações. Nesse sentido, a chegada de Cartaxo à prefeitura da capital paraibana é exatamente a renovação da renovação. Dessa forma o PT mostra que não há nada tão novo que não possa ser inovado na política brasileira.

Nos últimos oito anos o PSB ofertou à população pessoense um discurso de mudanças no modo de administrar a edilidade, que logo se esgotou com a repetição de erros e vícios típicos dos modelos convencionais de gestão. Não conseguiu impor um ritmo demandado e acabou repetindo velhas fórmulas, onde o fisiologismo mudou apenas de nome.

A novidade trazida pelo PT é que, mais do que nunca, a política é uma atividade social dinâmica, que requer pro-atividade e reengenharias permanentes. Mostra também que as nuances ideológicas estão cada vez mais tênues entre as diversas agremiações partidárias.

O arco de alianças fomentado pelos idealizadores da coligação “Unidos por João Pessoa” é a prova clara de que políticos e sociedade estão mais pragmáticos do que nunca na hora de decidir oferecer/cobrar soluções para o conjunto amplo dos cidadãos. Nessa perspectiva, apenas alguns poucos pontos balizadores são mantidos como guias de um comprometimento mínimo com anseios mais idealistas e menos relacionados à resolutibilidade das demandas coletivas.

Podemos citar a responsabilidade no trato com o dinheiro público, ou seja: baixar os níveis de corrupção na máquina pública; transparência nas ações, com uma prestação de contas permanente e convincente; gestão de qualidade garantida pelo emprego de gestores técnicos no lugar de gestores meramente políticos; inovação na prestação de serviços e no manejo da gestão, onde a população possa “sentir diferenças”.

Além disso, o eleitor de Cartaxo/Bandeira apostou que a próxima gestão investirá na humanização da prestação dos serviços públicos, especialmente nas áreas de saúde, educação e ambiente. Significa que o PT precisa fazer com que hospitais, UPA’s e PSF’s funcionem bem, mas tratando o usuário como investidor de recursos na saúde pelo pagamento religioso e imperdoável dos altos impostos.

Elevar a auto-estima do pessoense não é tarefa que se resuma à construção de praças e de prédios públicos. Vai ser necessário valorizar e favorecer as manifestações da cultura local. Dar as condições de segurança para que a cidade volte a se enxergar como locus de promoção da paz e de valorização da natureza. É refrear a ganância das construtoras que investem impiedosamente contra o que restou da nossa Mata Atlântica.

Para inovar na gestão de João Pessoa, o PT terá que encontrar soluções simples para a complexidade da vida moderna. Não há fórmula pronta. Para mudar a cidade, como mudou o Brasil, terá que mobilizar (sem cooptação) as diversas forças sociais interessadas em melhorar a qualidade de vida dos nossos concidadãos.

Nenhum comentário: