Cartaxo e Agra: que tipo de inovação oferecerão juntos? |
A consagração do
petista Luciano Cartaxo nas urnas com a votação recorde ocorrida no último
domingo, 28, impõe aos analistas políticos mais veteranos uma revisão urgente
dos conceitos ultrapassados sobre engenharia político-partidária.
A primeira grande
revisão a ser feita diz respeito ao paradigma que prega que é impossível
renovar as estruturas logo depois duma fase de grandes renovações. Nesse
sentido, a chegada de Cartaxo à prefeitura da capital paraibana é exatamente a
renovação da renovação. Dessa forma o PT mostra que não há nada tão novo que não
possa ser inovado na política brasileira.
Nos últimos oito
anos o PSB ofertou à população pessoense um discurso de mudanças no modo de
administrar a edilidade, que logo se esgotou com a repetição de erros e vícios
típicos dos modelos convencionais de gestão. Não conseguiu impor um ritmo
demandado e acabou repetindo velhas fórmulas, onde o fisiologismo mudou apenas
de nome.
A novidade trazida
pelo PT é que, mais do que nunca, a política é uma atividade social dinâmica,
que requer pro-atividade e reengenharias permanentes. Mostra também que as
nuances ideológicas estão cada vez mais tênues entre as diversas agremiações
partidárias.
O arco de alianças
fomentado pelos idealizadores da coligação “Unidos por João Pessoa” é a prova
clara de que políticos e sociedade estão mais pragmáticos do que nunca na hora
de decidir oferecer/cobrar soluções para o conjunto amplo dos cidadãos. Nessa
perspectiva, apenas alguns poucos pontos balizadores são mantidos como guias de
um comprometimento mínimo com anseios mais idealistas e menos relacionados à
resolutibilidade das demandas coletivas.
Podemos citar a
responsabilidade no trato com o dinheiro público, ou seja: baixar os níveis de
corrupção na máquina pública; transparência nas ações, com uma prestação de
contas permanente e convincente; gestão de qualidade garantida pelo emprego de
gestores técnicos no lugar de gestores meramente políticos; inovação na prestação
de serviços e no manejo da gestão, onde a população possa “sentir diferenças”.
Além disso, o
eleitor de Cartaxo/Bandeira apostou que a próxima gestão investirá na humanização
da prestação dos serviços públicos, especialmente nas áreas de saúde, educação e
ambiente. Significa que o PT precisa fazer com que hospitais, UPA’s e PSF’s funcionem
bem, mas tratando o usuário como investidor de recursos na saúde pelo pagamento
religioso e imperdoável dos altos impostos.
Elevar a auto-estima
do pessoense não é tarefa que se resuma à construção de praças e de prédios públicos.
Vai ser necessário valorizar e favorecer as manifestações da cultura local. Dar
as condições de segurança para que a cidade volte a se enxergar como locus de promoção da paz e de valorização
da natureza. É refrear a ganância das construtoras que investem impiedosamente
contra o que restou da nossa Mata Atlântica.
Para inovar na
gestão de João Pessoa, o PT terá que encontrar soluções simples para a
complexidade da vida moderna. Não há fórmula pronta. Para mudar a cidade, como
mudou o Brasil, terá que mobilizar (sem cooptação) as diversas forças sociais
interessadas em melhorar a qualidade de vida dos nossos concidadãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário